Esporte
Do X1 à ascensão do 1v1, modalidades alternativas ganham espaço e criam nova rota de talentos no futebol brasileiro
Fenômenos que misturam competição, entretenimento e cultura periférica impulsionam um novo formato de disputa individual que começa a se consolidar no país
O futebol brasileiro vive um momento de transformação fora dos gramados tradicionais. Enquanto o esporte profissional passa por ajustes estruturais, modalidades alternativas surgem com força e conquistam jovens atletas, influenciadores e comunidades inteiras. O X1, nascido nos campos de barro das periferias de Recife, se tornou o caso mais simbólico desse movimento. Criado pelos próprios jogadores, o formato ganhou o país com partidas curtas, intensidade alta, provocações e premiações milionárias que atraíram transmissões na TV aberta, no YouTube e por nomes como Ney Silva.
Hoje o X1 está consolidado no calendário nacional. Os campeonatos chegam a distribuir entre quinhentos mil e dois milhões de reais por edição, e atletas como Berô Paraíba, Paquetá, Daniel Coringa, Isaac Xavier, Kaka, Peixe e Juninho de Correia se transformaram em ídolos populares e símbolos de ascensão dentro da modalidade.
A tendência do jogo reduzido também ganhou espaço fora do Brasil. A Kings League criada por Gerard Piqué uniu futebol, entretenimento e regras criativas, transformando partidas em espetáculos acompanhados por milhões de pessoas. Celebridades, influenciadores e ex-jogadores passaram a compor elencos em disputas com cartas especiais, ações de mídia e transmissões de grande alcance. O sucesso internacional da liga reforçou que o público está disposto a consumir novos formatos, desde que entreguem dinamismo, identidade e narrativa.
Esse ambiente de inovação abriu caminho para o crescimento do futebol 1v1 no país. O formato individualizado se apoia na cultura do desafio direto, mas com um sistema de regras mais profissional e estruturado. As partidas acontecem em metade de um campo de society, sempre com goleiros neutros que se revezam durante o jogo. Cada ataque dura até quinze segundos e a posse é alternada a cada jogada. O atacante busca o gol e o defensor trabalha para neutralizar a investida. Gol marcado vale um ponto, defesa bem-sucedida garante meio ponto e o anti-jogo gera pontuação para o adversário. Em caso de empate, a decisão vai para o shootout, em que o jogador tem alguns segundos para finalizar em velocidade diante do goleiro. O formato coloca a técnica individual, o improviso e a tomada de decisão no centro da disputa, atraindo a atenção de atletas, criadores de conteúdo e olheiros.
Consolidação da modalidade
Dentro desse cenário, projetos brasileiros têm ajudado a consolidar o 1v1 como modalidade competitiva. Um dos principais cases é o Futbattle, criado em 2024 com o objetivo de estruturar o formato e ampliar suas possibilidades sociais. A primeira edição distribuiu mais de setenta mil reais em premiações e arrecadou mais de meia tonelada de alimentos para comunidades participantes. O torneio revelou atletas que hoje movimentam a cena nacional, entre eles Flávio Mascarenhas conhecido como Flavinho Neymar, Wallace Fonseca conhecido como Zidane, e o goleiro Ryan Vitor dos Santos, o Jamelão. Este último sendo selecionado para integrar um time da Kings League a partir de 2026, em um dos avanços mais expressivos já registrados pelo cenário alternativo brasileiro.
“A primeira temporada do Futbattle foi recebida com uma energia incrível pelas comunidades e pelos atletas. Agora, queremos ir ainda mais longe, queremos transformar o futebol 1v1 em uma verdadeira ferramenta de mudança de vida, alcançando cada canto do Brasil”, projeta Saul Lefevre, idealizador do projeto.
Novos horizontes
A nova temporada do torneio no país mantém o ritmo de expansão. Transmissões ao vivo no YouTube, Twitch e TikTok vêm ampliando o alcance do formato, agora acompanhado também por influenciadores como Bruce e Ícaro. A presença de scouts e agentes licenciados pela FIFA e CBF demonstra que os olhares do futebol tradicional já começam a se voltar para o movimento. A criação de categorias infantis reforça a aposta na formação de base dentro deste novo modelo.
O calendário nacional segue em crescimento. A final da temporada atual do Futbattle será realizada no Rio de Janeiro em março de 2026, com presença de marcas, patrocinadores sociais, criadores de conteúdo e milhares de torcedores que acompanham a evolução do formato.
“Nosso objetivo é expandir o projeto para ainda mais cidades, alcançando novos jovens e impulsionando grandes sonhos. Nós acreditamos no poder do futebol 1v1, uma modalidade capaz de revelar talentos extraordinários e gerar transformações reais dentro das comunidades”, destaca Saul
Se o X1 abriu a porta e consolidou a cultura do duelo, e se a Kings League mostrou o potencial global dos formatos alternativos, o 1v1 se apresenta como o próximo capítulo da evolução do futebol contemporâneo. O modelo é direto, acessível e cada vez mais decisivo na descoberta de novos talentos brasileiros. Podcast edinhotaon/ Edno Mariano
-
Brasil2 semanas atrásMelody desembarca na Coreia para gravação inédita com banda de K-pop e reforça ascensão internacional com público Asiático
-
Brasil2 semanas atrásReconhecimento à Cultura e Tradição: Contramestre Magno Atabaque Receberá Diploma de Mestre no Museu Eugênio Teixeira Leal
-
Brasil2 semanas atrásFLICACAU
-
Brasil6 dias atrásShopping Dutra Vai Sair do Papel após Mais de 10 Anos Parado
-
Brasil2 semanas atrásCom prefácio da cantora Anitta, Thais Galassi lança o livro “Ativação da Kundalini – Desperte seu poder secreto e manifeste uma vida extraordinária”
-
Brasil4 dias atrásCaxias Festival: Um Fim de Ano Inesquecível com Roberto Carlos, Zeca Pagodinho e João Gomes
-
Brasil2 semanas atrásGiba relembra medalhas, bastidores inéditos do vôlei e comenta trabalho atual em resort no interior do Paraná
-
Brasil2 semanas atrásDra. Jovani de Aguiar Ribeiro Pereira foi homenageada com o Troféu Oscar Chapada Diamantina 2025
